Evento volta a sua cidade de origem para proporcionar uma experiência de entretenimento completa
Por Sylvia de Sá, do Mundo do Marketing | 12/09/2011
Depois de três edições brasileiras e seis internacionais, o Rock in Rio volta a sua cidade natal mais forte do que nunca. Com mais de 150 atrações e a expectativa de receber um público estimado em cerca de 700 mil pessoas durante os sete dias, o festival é muito mais do que uma plataforma de entretenimento e se consagra como uma grande oportunidade de negócio e de ações de marketing das mais variadas marcas nacionais e internacionais.
Prova disso é a quantidade de produtos que levam a marca do evento e garantem o faturamento da Artplan, empresa por trás do festival, durante os intervalos das edições. Hoje, são mais de 100 itens licenciados, que vão de camisetas a carros da Volkswagen, passando por pendrives, perfumes e relógios. Com a realização da edição 2011, a expectativa é movimentar R$ 30 milhões. Deste total, R$ 1,5 milhão devem ser derivados de royalties da comercialização dos produtos.
Com a garantia da realização das edições 2011, 2013 e 2015, a área de licenciamento é bastante reforçada. O grande problema de licenciamento de eventos e isso vale para a Copa do Mundo e as Olimpíadas é que a tendência é que haja uma crescente até o evento e depois pare de vender. Com a realização de outras edições, a marca começa a estar cada vez mais presente, com lojas oficiais e coleções, explica Rodolfo Medina, Vice-Presidente do Rock in Rio e Diretor da Artplan, em entrevista ao Mundo do Marketing, que publica de hoje até sexta-feira uma série de reportagens especiais sobre o Rock in Rio.
Experiência reunida em 26 anos
Para estimular as vendas, foram montados quiosques oficiais no BarraShopping e no Shopping Riosul, na capital carioca. A Cidade do Rock, por si só, é outro case de Marketing. Montado no bairro da Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro, o local que receberá o festival ocupa uma área de 150 mil m² e conta com uma infraestrutura que inclui o Palco Mundo, onde serão realizados os principais shows, a Tenda Eletrônica e o Palco Sunset.
O evento terá ainda Tirolesa, Roda Gigante e Free Fall, além da grande novidade desta edição: a Rock Street, uma rua cenográfica, inspirada em Nova Orleans, nos Estados Unidos, que receberá apresentações de bandas de street jazz em meio a bares e restaurantes.
Aprendemos muito com as outras edições. O cuidado com cada experiência do público faz com que esses 26 anos de Rock in Rio sejam mostrados hoje. Sempre temos o que aprender para o próximo evento, mas a Cidade do Rock se transformou em um parque de diversões, com serviços para toda a família, diz Medina.
Vendas surpreendentes
A estratégia de Marketing acompanha o porte do evento e permeia todo o período que antecede o festival. Não é à toa que o primeiro lote de ingressos, com 100 mil bilhetes e menos de 10% da programação anunciada, acabou em 21 dias, em novembro de 2010. Já o total de 600 mil entradas foi esgotado em menos de 60 dias, 45% delas compradas por pessoas de fora do Rio de Janeiro.
A velocidade das vendas foi uma surpresa para nós. A realidade do Brasil mudou. Em 2001, ou você tinha 80% dos custos pagos por patrocínio, ou a conta não fechava. E a entrada inteira era R$ 35,00. Hoje a inteira custa R$ 190,00, mas é mais barato do que qualquer show internacional de um artista só, diz Roberta Medina, Vice-Presidente Executiva do Rock in Rio, em entrevista ao Mundo do Marketing.
A demanda foi tanta que a produção decidiu criar, pela primeira vez, uma data extra do Rock in Rio. Além dos dias 23, 24, 25 e 30 de setembro e 1 e 2 de outubro, os brasileiros poderão participar do sétimo dia, em 29 de setembro, que terá atrações como Jamiroquai e Steve Wonder. Com vendas apenas pela internet, os ingressos acabaram em menos de um mês.
Rock in Rio na internet
Para manter o diálogo com o público desde que a quarta edição brasileira do festival foi confirmada, a Artplan apostou em ações de Marketing para surpreender os cariocas. A principal delas foi espalhar guitarras gigantes com sete metros de altura e quatro metros de largura pelas ruas da cidade nos bairros de Copacabana, Gávea e Barra da Tijuca, em novembro de 2010.
As peças vieram de Portugal e ganharam uma pintura especial, em verde e amarelo, para comemorar a volta do evento ao Brasil. Na primeira etapa da ação, o objetivo era anunciar as atrações confirmadas para o Rock in Rio. Em fevereiro, as guitarras saíram das ruas e voltaram em maio para marcar a contagem regressiva para o início das vendas de ingressos.
Não seria arriscado dizer, no entanto, que a parte mais importante da estratégia de Marketing do Rock in Rio 2011 é a internet. Boa parte do investimento em comunicação e relacionamento com o público é feita no ambiente online, no site oficial e nas redes sociais, como Facebook, Twitter e Orkut, além do blog em que são postadas todas as novidades referentes ao evento desde agosto de 2010.
O Rock in Rio tem mais de um milhão de seguidores porque fizemos um trabalho muito focado. Na última edição de Portugal, em 2008, já começamos a investir nas redes sociais. Agora, esse já é um dos principais canais de comunicação que temos com os jovens, conta Rodolfo Medina.
Clube de fidelidade
No site, os consumidores puderam, por exemplo validar o Rock in Rio Card comprado e escolher o dia que gostariam de participar, de acordo com as bandas confirmadas. Mais recentemente, o portal trouxe outra novidade: o Rock in Rio Club, um cartão de vantagens para os fãs do Rock in Rio.
Com ele, os consumidores garantem a pré-venda dos ingressos da próxima edição e podem ainda adquirir bilhetes Vips para os shows deste ano. A ideia é criar uma grande rede de relacionamento com os fãs do festival e oferecer vantagens como descontos na compra de produtos com a marca Rock in Rio, garantindo a realização do evento a cada dois anos e mantendo um relacionamento constante com os fãs brasileiros.
O Rock in Rio é um clube de fidelidade para que possamos nos relacionar com o público nos próximos anos. Vendemos 100 mil ingressos sem anunciar as bandas, o que prova que a força da marca faz com que ela viva de forma independente. Temos que ter conteúdo para não frustrar na entrega, mas as pessoas confiam na marca e compram porque sabem que vale a pena, acredita Medina.
Nesta terça-feira, veja as estratégias dos patrocinadores do evento para ganhar visibilidade com suas marcas e vender mais